Revista Pensamento e Sociedade https://revistas.ufvjm.edu.br/revista-pensamento-sociedade <p>A Revista Pensamento e Sociedade, criada em 2024, vinculada ao <strong>PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM POLÍTICAS SOCIAIS E DESENVOLVIMENTO REGIONAL - PPGPSDR -</strong>, tem como propósito publicar textos inéditos que se inserem na tradição do pensamento crítico sobre temas atuais das ciências sociais, com edições semestrais e em fluxo contínuo. Dessa forma, a revista busca contribuir para uma reflexão crítica sobre questões da realidade brasileira, abordando temas como <strong>Democracia, Sujeitos Sociais, Direitos Humanos, Temáticas LGBT, Questões Étnico-Raciais, Políticas Sociais, Territorialidades, Desenvolvimento Econômico Nacional e Regionais, Serviço Social, Questão Social, Desenvolvimento Capitalista, Teoria Social, Economia Política e outros temas transversais</strong>.</p> Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri pt-BR Revista Pensamento e Sociedade <p>CC BY-NC 4.0</p> EDITORIAL https://revistas.ufvjm.edu.br/revista-pensamento-sociedade/article/view/854 Fran de Oliveira Alavina José Carlos Freire Ricardo Silvestre da Silva Sidimara Cristina de Souza Copyright (c) 2025 Revista Pensamento e Sociedade https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2025-11-10 2025-11-10 1 2 1 2 RESISTÊNCIA E ORGANIZAÇÃO POPULAR EM AXIPICÁ-PA: https://revistas.ufvjm.edu.br/revista-pensamento-sociedade/article/view/500 <p><strong>&nbsp;</strong><span style="font-weight: 400;">A questão das condições de acesso à educação em comunidades ribeirinhas da Amazônia, como Axipicá-PA, articula-se com o enfrentamento aos desafios estruturais e conjunturais que perpetuam as desigualdades educacionais. Este estudo, baseado em Matos (2023), busca contribuir para a compreensão das expressões da questão social na educação, a partir da perspectiva do Serviço Social. Os resultados apontam para a importância da articulação entre os movimentos sociais de educação do campo e as políticas públicas para superar as desigualdades educacionais. Além disso, destaca-se a necessidade de uma abordagem interseccional que considere as especificidades das comunidades ribeirinhas e a luta contra o racismo e a exclusão, contra seu silenciamento e sua condição de minoria oprimida e de população subalternizada, no âmbito de uma sociedade capitalista pautada numa </span><span style="font-weight: 400;">forte interconexão entre os mercados, a intensificação da competição empresarial e a globalização</span><span style="font-weight: 400;">.</span></p> Greyssy Kelly Araujo de Souza Regiane Prata de Matos Mirla Menezes Silva Adelson da Costa Fernando Copyright (c) 2025 Revista Pensamento e Sociedade https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2025-11-10 2025-11-10 1 2 3 27 QUILOMBOS E COMUNIDADES TRADICIONAIS E A IMPORTÂNCIA PARA UMA CULTURA DE RESISTÊNCIA https://revistas.ufvjm.edu.br/revista-pensamento-sociedade/article/view/499 <p>Este manuscrito, fruto de estudos que ocorreu durante um curso de pós graduação lato sensu em Política Social e&nbsp; Questão racial&nbsp; de um Universidade Federal do estado de Minas Gerais. Este tem a intenção de contribuir para ampliação do conhecimento sobre a importância dos Quilombos e Comunidade Tradicionais para a Cultura de Resistência e refletir criticamente sobre a situação da população negra na contemporaneidade, que a todo o momento ver o seu direito de viver cerceado pelo racismo tão enraizado na nossa sociedade. O objetivo é trazer reflexões sobre os Quilombos e as Comunidades Tradicionais e sua importância para Cultura de Resistência, em tempos que a sociedade assiste diversos casos de racismo e que os Quilombos são citados apenas como a comunidade que luta pela terra, oprimindo o seu papel da defesa étnico racial. No Brasil, as pessoas pretas necessitam resistir para existir, pois a contemporaneidade evidencia que a população negra continua sendo a população que mais é atingida por todos os tipos de violência em todas as políticas sociais. Para combater as iniquidades raciais é fundamental resgatar a história do povo negro contada por eles, e combater o privilégio branco e destruir da ideologia contada pela branquitude. Considerando isso, para a construção deste manuscrito, foi realizado a pesquisa bibliográfica e análise de conteúdo, a partir disso surgiram as seguintes categorias: Quilombos e Comunidades Tradicionais e &nbsp;Cultura de resistência e iniquidades raciais. Conclui-se que os Quilombos e as Comunidades Tradicionais representam a identidade étnico- racial e são fundamentais para a efetivação da proteção social da população negra. Neste cenário ainda, foi possível reconhecer a persistência da influência da ideologia da branquitude e o avanço da necropolítica em impedir o avanço das políticas sociais voltadas para questão racial, e como o capitalismo se apropria deste contexto para manter a opressão nesta população. Por fim, a luta dos Quilombos e Comunidades Tradicionais vão muito além da luta pela terra, é uma luta pela sobrevivência da identidade étnico racial e erradicação das iniquidades raciais.</p> Zilda Cristina dos Santos Ailton de Souza Aragão Copyright (c) 2025 Revista Pensamento e Sociedade https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2025-11-10 2025-11-10 1 2 28 43 VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA, RACISMO E SAÚDE NO BRASIL: https://revistas.ufvjm.edu.br/revista-pensamento-sociedade/article/view/496 <p>O presente artigo tem como temática a violência obstétrica partindo do contexto racial na saúde no Brasil. Objetiva-se refletir sobre a violência obstétrica contra mulheres negras no sistema de saúde brasileiro, e analisar como os profissionais de saúde podem contribuir para o enfrentamento do racismo institucional. A metodologia proposta por esse estudo é uma revisão de literatura, de forma qualitativa acerca da violência obstétrica contra mulheres negras no contexto de saúde e suas contradições, a partir da base de dados BVS (Biblioteca Virtual de Saúde). Foram encontrados 55 artigos sobre a temática, após o critério de inclusão/exclusão, foram trabalhados 20 artigos. A violência obstétrica é um problema de saúde pública que afeta diretamente a dignidade de pessoas com útero que experimentam o processo gravídico-puerperal, principalmente pessoas negras, configurando racismo e violência contra a pessoa humana. Sem dúvidas é imprescindível compreender as formas de produção e reprodução do racismo nas relações sociais no âmbito da saúde para mitigação da violência obstétrica contra pessoas negras.</p> Tatiane Farias da Rosa Silva Copyright (c) 2025 Revista Pensamento e Sociedade https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2025-11-10 2025-11-10 1 2 44 62 PROFESSORAS NEGRAS NA UFBA https://revistas.ufvjm.edu.br/revista-pensamento-sociedade/article/view/487 <p>O estudo sobre trajetórias de professoras negras é um campo interdisciplinar que considera que a universidade é um <em>locus</em> de transformação subjetiva dessas mulheres, oriundas de uma posição subalterna, muitas vezes presas ao imaginário social racista predominante no país. Para a realização da pesquisa utilizei a metodologia qualitativa, e neste artigo apresento parte dos resultados alcançados através do método etnográfico, da observação participante na sala de aula e da realização de entrevista semiestruturada em diálogo com a literatura sobre gênero e raça, considerando que todas as dez participantes são autodeclaradas negras e atuam na universidade Federal da Bahia (UFBA). Os resultados apontam para o compromisso com a boa formação d@s estudantes, de um modo geral, e, particularmente, d@s estudantes negr@s, quase sempre minoria nos cursos analisados, além disso é dedicada uma atenção especial à formação da consciência crítica com relação às desigualdades existentes em nossa sociedade.</p> Wellington Santos Copyright (c) 2025 Revista Pensamento e Sociedade https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2025-11-10 2025-11-10 1 2 63 81 O SERVIÇO SOCIAL BRASILEIRO, AS “MINORIAS SOCIAIS” E A “LUTA DE CLASSES”: PENSAMENTO CRÍTICO PARA ALÉM DO CAPITAL? https://revistas.ufvjm.edu.br/revista-pensamento-sociedade/article/view/457 <p>Resumo: O Serviço Social brasileiro em sua história recente construiu, por meio da categoria profissional, o Projeto Ético Político Profissional (PEPP) apresentando avanços teóricos, políticos e técnicos, enquanto categoria profissional, no direcionamento alicerçado no método histórico-dialético, mesmo deste artigo, rompendo com o conservadorismo. Concomitantemente à construção do PEPP, os grupos vulneráveis, intitulados por “Minorias Sociais” avançaram nas conquistas por direitos, porém, observa-se, por meio da pesquisa bibliográfica, que os avanços dessas conquistas por direitos tendem à estagnação quando o fim é apenas a conquista por direitos não avançando na crítica para uma nova sociabilidade a partir da “Luta de Classes”. Além de que, possivelmente, a fragmentação dos grupos das “Minorias Sociais” não fortalece a luta coletiva ampliada. Portanto, a conquista por direitos das “Minorias” é essencial à sociedade, mas a ausência de avanço na construção de vínculos coletivos com diversos atores sociais é restringir o PEPP, contrariando à sua proposta que é lutar por outra sociabilidade, não a do capital. <br>Palavras-chave: Serviço Social; Minorias Sociais; Luta de Classes; Pensamento Crítico; Capital.<br><br><br>Abstract: In its recent history, Brazilian Social Service has built, through the professional category, the Professional Political Ethical Project (PEPP), presenting theoretical, political and technical advances, as a professional category, in the direction based on the historical-dialectical method, even in this article, breaking with conservatism. Concomitantly with the construction of the PEPP, the vulnerable groups, called “Social Minorities” have advanced in the conquests of rights, however, it is observed, through bibliographic research, that the advances of these conquests of rights tend to stagnate when the end is only the conquest of rights, without advancing in the critique for a new sociability based on the “Class Struggle”. In addition, possibly the fragmentation of the groups of the “Social Minorities” does not strengthen the expanded collective struggle. Therefore, the achievement of rights for “Minorities” is essential to society, but the lack of progress in building collective bonds with various social actors is restricting the PEPP, contradicting its proposal, which is to fight for another sociability, not that of capital. <br>Keywords: Social Service; Social Minorities; Class Struggle; Critical Thinking; Capital.<br><br><br>Resumen: El Servicio Social Brasileño en su historia reciente construyó, a través de la categoría profesional, el Proyecto Ético Político Profesional (PEPP) presentando avances teóricos, políticos y técnicos, como categoría profesional, en una dirección basada en el método histórico-dialéctico, incluso en este artículo, rompiendo con el conservadurismo. Concomitantemente con la construcción del PEPP, grupos vulnerables, denominados “Minorías Sociales”, avanzaron en la conquista de derechos, sin embargo, se observa, a través de investigaciones bibliográficas, que los avances en estas conquistas de derechos tienden a estancarse cuando el fin es sólo la conquista de derechos, no avanzando en la crítica hacia una nueva sociabilidad basada en la “Lucha de Clases”. Además, la fragmentación de los grupos de “minorías sociales” posiblemente no fortalezca la lucha colectiva más amplia. Por tanto, la consecución de derechos para las “Minorías” es esencial para la sociedad, pero la falta de avances en la construcción de vínculos colectivos con los diferentes actores sociales está coartando el PEPP, contrariamente a su propuesta, que es luchar por otra sociabilidad, no la del capital. <br>Palabras clave: Trabajo Social; Minorías Sociales; Lucha de clase; Pensamiento Crítico; Capital.<br><br><br></p> Leonildo Aparecido Reis Machado Copyright (c) 2025 Revista Pensamento e Sociedade https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2025-11-10 2025-11-10 1 2 82 109 POVOS DA FLORESTA: https://revistas.ufvjm.edu.br/revista-pensamento-sociedade/article/view/482 <p>A identidade e produção social da Amazônia deve ser compreendida a partir, ao mesmo tempo, da pluralidade e singularidade dos espaços físicos e humanos. Observar e analisar um recorte dessa terra é expor a realidade de um dado microterritório, que não representa a magnitude das condições sociais que a povoam. Singularidades se expressam em cada calha de rio, nas sombras das árvores e nas terras percorridas. É indispensável internalizar essas conjecturas para que se alcance a visão complexa da vida nessa terra. A leitura de mundo aqui é manifestada pelo recorte territorial da Valéria, um espaço florestal inserido no município de Parintins, no Estado do Amazonas, na fronteira com o Estado do Pará. Nela se expressam uma distinta identidade, com marcadores econômicos proeminentes e produções sociais somente entendidas quando compreendemos o cenário das florestas, terras e águas que está inserida.</p> Gracy Kelly Dutra Copyright (c) 2025 Revista Pensamento e Sociedade https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2025-11-10 2025-11-10 1 2 110 128 A RESSEMANTIZAÇÃO DA CATEGORIA “’QUILOMBO” https://revistas.ufvjm.edu.br/revista-pensamento-sociedade/article/view/483 <p>Este artigo propõe reflexões acerca das comunidades quilombolas, apoiado nos estudos de autores especializados na categoria quilombo, cabe considerar que as unidades sociais ocupam uma parte significativa da Amazônia, os estudos contemporâneos de caráter multidisciplinar evidenciam os processos organizativos das comunidades tradicionais. E deste modo, a categoria está sendo ressemantizada, pela ruptura da compreensão do termo com base no senso comum erudito, nos conceitos que classificam os quilombos como locais de isolamento, ou apenas nas narrativas dos relatos de escravos fugidos. O texto faz um recorte epistemológico, além de analisar criticamente os materiais da coleta de dados cuja pesquisa de campo fora executada ao longo dos anos, a partir da realidade específica do quilombo urbano do Barranco de São Benedito, localizado no bairro Praça 14 de Janeiro, na zona centro sul da cidade de Manaus. Os dados sistematizados concernem aos modos de vida, à reprodução social, cultural, econômica, e física dos quilombolas nas áreas etnicamente configuradas onde convivem nos territórios tradicionalmente ocupados.&nbsp;&nbsp;</p> Vinícius Rosa Copyright (c) 2025 Revista Pensamento e Sociedade https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2025-11-10 2025-11-10 1 2 129 146 Do Racismo, da Democracia Racial e da Descolonização https://revistas.ufvjm.edu.br/revista-pensamento-sociedade/article/view/486 <p>Este artigo propõe analisar a educação como um radical da vida, que ao ser praticado nas mais diferentes formas de relação entre os seres e o mundo para ser democrático, deve responder de maneira responsável à questão da diferença. A diferença como uma problemática da ordem da alteridade, encontra no dialogismo e na dialogicidade freiriana (FREIRE, 1967) força para uma experiência plural e emancipadora. A afirmativa aqui lançada emerge não como resposta fixa, mas como <em>travessia</em>, dimensão ética e estética, aspecto que deve ser comum a qualquer processo educativo implicado com a libertação. A partir do cruzamento de importantes teorias sobre racismo e descolonização (FANON, 2008; MBEMBE, 2014, 2018), argumentamos que a educação como prática de liberdade (FREIRE, 1967) e responsável com as relações étnico-raciais, emerge como força transgressora (HOOKS, 2019), penetrando um modo monológico que, por ser avesso à diferença, é também avesso à vida. Também discutimos a dimensão genocida da colonização brasileira e sua "democracia racial" (NASCIMENTO, 2016), como pontos chave para a análise das tramas que envolvem o contínuo colonial e a constante batalha por liberdade. Finalmente, defendemos que uma educação implicada com as diferenças e com o combate ao racismo como enfrentamento necessário na luta por justiça social e cognitiva, acontecerá quando implodirmos as raízes coloniais, os fundamentos presentes na noção de democracia racial que mistifica o genocídio e violência sistemática contra a população negra.</p> Samuel Lima Copyright (c) 2025 Revista Pensamento e Sociedade https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2025-11-10 2025-11-10 1 2 147 164