Vapor Benjamim Guimarães como Lugar de Memória e Patrimônio Vivo: Representações, Apropriações e Usos Sociais em Pirapora/MG
DOI:
https://doi.org/10.70597/vozes.v13i28.1046Palavras-chave:
patrimônio cultural, memória coletiva, representações sociais, vaporResumo
Este artigo propõe uma análise teórico-reflexiva sobre as representações sociais, os significados afetivos e as apropriações simbólicas atribuídas ao Vapor Benjamim Guimarães pelos moradores de Pirapora/MG. Com base na Geografia Humanista e nos estudos sobre memória coletiva e patrimônio cultural, o vapor é concebido como um lugar de rememoração coletiva e símbolo identitário, cuja relevância transcende sua materialidade. A pesquisa baseia-se em revisão bibliográfica sistemática, com abordagem qualitativa, descritiva e interpretativa, voltada à análise conceitual e à proposição de usos sociais do patrimônio, com ênfase em autores como Yi-Fu Tuan, Edward Relph, Pierre Nora, Françoise Choay, Maria Tereza Paes Leme Luchiari, Maurice Halbwachs, Eric Hobsbawm, Néstor García Canclini, Bardin e Milton Santos. A análise foi orientada por categorias temáticas emergentes: memória afetiva, apropriação simbólica, identidade territorial e políticas de valorização. Os resultados evidenciam a importância do vapor na construção do pertencimento e da memória social e propõem estratégias participativas de valorização como patrimônio vivo e agente de coesão comunitária.
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