A leitura e a exotopia bakhtiniana na constituição do trajeto identitário em o “Borrão”, de Silviano Santiago
Palavras-chave:
Exotopia, Formação discursiva, Identidade, Leitor, LeituraResumo
O objetivo deste trabalho é trilhar, por meio da exotopia bakhtiniana, a trama linguístico-discursiva que constitui a narrativa “Borrão”, para se depreender um choque entre posições ideológicas divergentes: mais especificamente, embates entre identidades étnico-raciais, entre identidades nacionais e entre identidades sócio-econômicas. Contudo, considerando que os textos apresentam uma relação de dominância de uma formação discursiva sobre as outras que os constituem, podemos afirmar que, no conto em questão, a formação discursiva dominante é a da identidade americana, branca e abastada. Por conseguinte, como essa identidade se define por meio do conflito com as outras identidades mencionadas anteriormente, podemos deduzir que o cerne discursivo do conto diz respeito a um certo sentimento de inferioridade do estrangeiro – ou melhor, do estrangeiro branco, cordial e não abastado – perante a alteridade ianque.