Diálogos entre história e literatura
a escrita epistolar como recurso de construção do passado
Palavras-chave:
história, literatura, escrita epistolar, fonte histórica, correspondênciaResumo
Este ensaio, através da abordagem da correspondência entre D. Pedro II e a Condessa de Barral, propõe a rediscussão de algumas possibilidades e limites da escrita epistolar a partir das posturas epistemológicas que diluam fronteiras e em parte, relativizem a dualidade verdade/ficção, real/não-real, ciência e arte, percebendo –a como uma narrativa autoral e subjetiva, como espaço discursivo de sujeitos que fabricam e esboçam um discurso ficcional sobre si e sua relação consigo mesmo aos olhos de outro, privilegiando mais as sua impressões do que as ações, bem como as interferências de sua alma e de seu corpo do que os acontecimentos exteriores, no sentido foucaultiano, ampliando assim a sua interpretação/utilização e contribuindo para uma maior aproximação entre história e literatura.