Editorial Revista Espinhaço

Autores

  • Carlos Alberto Dias

DOI:

https://doi.org/10.5281/zenodo.3964650

Resumo

Nos anos de 1990, preocupado em aprofundar meus conhecimentos em Psicologia, sobretudo em relação aos problemas clínicos que afligem inúmeros indivíduos, lancei-me em uma viagem cujo destino foi a terra de Júlio Verne, a cidade de Amiens, França. Talvez por transitar nos espaços e paisagens a partir dos quais este escritor e “geógrafo” narrou suas grandes viagens, aprendi que este distanciamento temporário da sociedade brasileira poderia me trazer grande aprendizado. A partir desta experiência, dentre as respostas encontradas, descobri a importância do espaço no qual se estabelecem as relações do sujeito consigo mesmo e dele com os demais indivíduos.

 Esta primeira experiência trouxe apenas uma parte do que viria a descobrir. Nesta época, não tinha ideia do quanto a Geografia iria contribuir para meu conhecimento sobre indivíduos e sociedade. No entanto, senti que precisava seguir os passos de Júlio Verne e ousar um pouco mais. Se o espaço aparece muitas vezes como elemento central de sua literatura, qual seria o papel desta variável na psicologia? Este aprendizado só foi possível quando no ano de 2009 inseri-me no Programa de Pós Graduação em Gestão Integrada do Território (GIT) da Universidade Vale do Rio Doce.

No GIT, tive contatos com profissionais de outras disciplinas que não a Psicologia. Nestes, entendi que a compreensão do humano passa pela observação das atividades e das complexas relações humanas e sociais estabelecidas em um espaço vivido, que por sua vez interfere na configuração do espaço físico no qual elas ocorrem. Estava eu, por acaso, descobrindo que a compreensão do humano, portanto, a Psicologia, possui proximidade com a Geografia. Não a Geografia de meus tempos de Ginásio, mas do tempo atual. Uma Geografia que além dos aspectos físicos como relevos e vegetações tem como objeto de estudo as relações e produções que a sociedade estabelece e constrói com a natureza.

Foi preciso algum tempo para entender que a Geografia e a Psicologia possuem algo em comum: o ser humano. Isto porque no espaço físico, concreto, estabelecem-se ações humanas que, em associação, ampliam e alteram a própria noção de espaço dando a ele múltiplas formas (espaço vivido, espaço humano, espaço construído).

Uma prova disto é a riqueza de conteúdos que nos traz este número da Revista Espinhaço. Temas instigantes que satisfazem tanto àqueles que se interessam pela estrutura dos minerais quanto pela cultura de grupos humanos que fazem uso da natureza sob uma perspectiva de sustentabilidade. Por mais diversificados que sejam os objetos estudados pelos autores aqui presentes, um elemento é comum a todos eles: o espaço.

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Publicado

12/10/2014

Como Citar

Dias, C. A. (2014). Editorial Revista Espinhaço. evista Espinhaço, 3(2). https://doi.org/10.5281/zenodo.3964650

Edição

Seção

Editorial

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