A ocupação do Vale do Mucuri: a elite rural e o dilema entre modernidade e atraso
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.3928856Palavras-chave:
Vale do Mucuri, regime agrário de agregação, cultura predatóriaResumo
Até meados do século XIX, o Vale do Mucuri, nordeste de Minas Gerais, era uma região povoada por comunidades indígenas dispersas. Esse cenário sofreu significativas mudanças a partir dessa data, com intenso fluxo populacional em função de um alto grau de mercantilização ocorrido após a crise mineradora. O objetivo desse estudo é analisar as particularidades e os resultados da ocupação ocorrida na região do Vale do Mucuri a partir da segunda metade do século XIX até meados do século XX. O Mucuri sofreu um processo de colonização tendo sua produção em grande escala baseada na produção do café e, posteriormente, na pecuária. O agrego foi a principal mão-de-obra das médias e grandes propriedades rurais, utilizada para o desmatamento ininterrupto em benefício da lavoura e do pasto. Como resultado da pesquisa pode-se apontar que a exploração predatória das matas do Mucuri aliada a um contingente expressivo de agregados em condições miseráveis gerou riqueza para os proprietários rurais, mas não estimulava investimentos tecnológicos típico do modelo capitalista, trazendo através da imprensa uma representação da região ambígua, coexistindo prosperidade e ruína.
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