Nas margens da linha: território negro e o lugar do branco na ocupação urbana na cidade de Teófilo Otoni em meados do séc. XX
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.3958084Palavras-chave:
Território negro, ferroviários “Bahiminas”, Teófilo Otoni, mito do imigrante alemãoResumo
O artigo objetiva analisar a formação dos espaços urbanos na cidade de Teófilo Otoni nas décadas de 1950 e 1960, caracterizando os territórios apropriados pela elite local em contraposição à comunidade formada por uma mão-de-obra majoritariamente negra que se estabeleceu ao longo da margem da linha da Estrada de Ferro Bahia e Minas. Ao utilizar da categoria Território Negro, nessa pesquisa, busca-se visualizar a construção das relações de solidariedades, enfrentamentos e resistências desse núcleo de ferroviários, bem como as estratégias da elite teófilo-otonense para esvaziamento e fragmentação da consciência negra. Ao dar destaque à construção do mito da imigração alemã em meados do século XX como uma das ferramentas para reforçar o poder dos grupos hegemônicos locais, a condução desse trabalho procura apresentar como desdobramentos desse conflito o debate em torno da ausência de manifestações contra o fechamento da ferrovia em 1966.
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