Flora arbórea de capões na Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.5104405Palavras-chave:
Florestas úmidas, Matas de galeria inundáveis, Riqueza de espécies, Unidades de Conservação, PreservaçãoResumo
Capões abrigam um dos maiores patrimônios biológicos da Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço e sua conservação depende do conhecimento amplo e detalhado de suas espécies. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a composição florística da comunidade arbórea desta vegetação. Para isso, selecionamos 22 capões em duas Unidades de Conservação: Parque Nacional das Sempre-Vivas e Parque Estadual do Biribiri. A amostragem da vegetação arbórea foi realizada em parcelas permanentes instaladas aleatoriamente no interior das florestas. Para o conjunto total dos capões, encontramos 1692 indivíduos arbóreos, distribuídos em 112 espécies e 40 famílias botânicas. A espécie mais representativa foi Richeria grandis. A composição das áreas compreendeu espécies generalistas e típicas de ambientes úmidos e vegetação de savana (Cerrado). Nossos resultados demostram que apesar de ocuparem pequena porção territorial, estes ambientes constituem importantes centros de biodiversidade multitaxonômica.
Referências
Alvarado S.T., Silva T.S.F., Fornazari mountainous Brazilian savanna: sensing. Ecological Indicators, j.ecolind.2017.02.037.
APG IV. (2016). An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG IV. Botanical Journal of the Linnean Society, 181, p. 1-20. https://doi.org/10.1111/boj.12385.
Arruda D.M., Schaefer C.E.G.R., Fonseca R.S. (2018). Vegetation cover of Brazil in the last 21 ka: new insights into the Amazonian refugia and Pleistocenic arc hypotheses. Global Ecology and Biogeography, 27, p.47–56. https:// doi.org/10.1111/geb.12646
Bambi P., Rezende RS., Cruz T.M.S. et al. (2016). Diversidade da flora fanerogâmica de três matas de galeria no bioma cerrado. Heringeriana, v. 10, n. 2, p. 147-167.
Braga, S. S. et al. (2017) As chancelas da Unesco como alternativas de gestão para os patrimônios culturais e naturais da Serra do Espinhaço, Minas Gerais, Brasil. Revista Espinhaço, 1, p. 29-40. https://doi.org/10.5281/zenodo.3956622.
Bueno ML.; Pontara V., Neves DM., Ratter JA., Oliveira-Filho A.T. (2017). Effects of Quaternary climatic fluctuations on the distribution of Neotropical savanna tree species. Ecography, 40, n. 403-414. https://doi.org/10.1111/ecog.01860
Calderón C.D.C., Rezende R.S., Calor A.R. et al. (2019). Temporal dynamics of organic matter, hyphomycetes and invertebrate communities in a brazilian savanna stream. Community ecology, 20, p. 301-313. https:// doi.org/10.1556/168.2019.20.3.10.
Coelho M.S., Fernandes G.W., Pacheco P., Diniz V., Meireles A., Santos R.M., Carvalho F.C., Negreiros D. (2016). Archipelago of montane forests surrounded by rupestrian grasslands: new insights and perspectives. In: FERNANDES GW. (EDS.) Ecology and Conservation of mountain-top grasslands in Brazil, Springer, New York, pp. 129-153.
Coelho M.S.; Neves F.S., Periilo L.N. et al. (2018). Forest archipelagos: A natural model of metacommunity under the threat of fire. Flora: Morphology, Distribution, Functional Ecology of Plants, v. 238, p. 244-249. http://dx.doi.org/10.1016/ j.flora.2017.03.013
Costa T.R. (2017). Análise florístico-estrutural, relação vegetação-ambiente e transição floresta-campo das matas de galeria do Parque Nacional das Sempre-Vivas (PNSV), MG. 135 p. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Ciência Florestal, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina.
Fagundes N.C.A. (2019). Riparian vegetation in Pandeiros river, Brazil. Rodriguesia, 70, p. 19. http://dx.doi.org/10.1590/2175-7860201970002
Felfili J.M., Carvalho F.A.; Haidar R.F. (2005). Manual para monitoramento de parcelas permanentes nos biomas Cerrado e Pantanal. Brasília. Universidade de Brasília, Departamento de Engenharia Florestal. 55 p.
Fonseca B.M., Galvão L.M., Sousa FDR., Elmoor-Loureiro L.M.A., Souza MBG., Pinto R.L., Petracco P., Oliveira R.C., Lima E.J. (2018). Biodiversity in Pristine Wetlands of Central Brazil: a Multi-Taxonomic Approach. Wetlands, 38, p.145– 156. https://doi.org/10.1007/s13157-017-0964-7
Fonseca SN. (2020). Efeitos do fogo em campos úmidos do Parque Nacional das Sempre-vivas, MG. 93p. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Ciência Florestal, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, Minas Gerais.
Fontes CG.; Walter B.M.T. (2011). Dinâmica do componente arbóreo de uma mata de galeria inundável (Brasília, Distrito Federal) em um período de oito anos. Revista Brasileira de Botânica, 4(2), p.145-158. https://doi.org/10.1590/ S0100-84042011000200002
Fontes C.G.; Walter B.M.T.; Pinto J.R.R.; Damasco G. (2015). Species turnover across different life stages for seedlings to canopy tress in Swamp Forests of Central Brazil. Internacional Journal of Ecology, 1. https://www.hindawi.com/journals/ ijecol/2015/124851/.
Gaya T.R.L.M. (2014). A floresta inundável do norte de Minas Gerais: identidade florística e estrutura de comunidades arbustivo-arbóreas. 226 p. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais. Universidade Federal de Lavras, MG.
Gonçalves. S.T, Silva, R. H. R., Souza, S. R., Veloso, M. D. M., Nunes, Y. R. F. (2016) A vegetação dos afloramentos calcários na Serra do Cipó. Revista Espinhaço, 5, p. 19-31, doi: https://doi.org/10.5281/zenodo.3958074.
Gonçalves T.S., Silva A.C., Mendonça Filho C.V., Costa C.R., Braga I. L. (2020). e Capões of Seasonal Semi-deciduous Forest in the Cerrados and Rupestrian Fields of the Espinhaço Chain. International Journal of Geoscience Engineering and Technology, 1(1), p.43-48.
Gonzaga A.P.D., Machado E.L.M., Pinto J.R.R., Gripp A.M. (2019). Estudos florísticos e fitossociológicos em ambientes ripários das regiões Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. Nativa, 7(5), p. 556-566, http://dx.doi.org/10.31413/nativa.v7i5.6817
Huber O., Rull V. (2019). Plant communities. Biodiversity of Pantepui: the pristine “lost world” of the neotropical Guiana Highlands, p.149-164.
IPNI ( e International Plant Names Index). (2012). Disponível em: http:// www.ipni.org/. Acesso em 10 de Julho de 2021.
Martinelli G., Moraes M.A. (2013). Livro Vermelho da Flora Brasileira. Andrea Jakobson Estúdio; Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. 1100p.
Martins F.R. (1991). Estrutura de uma floresta mesófila. Campinas: UNICAMP, 245 p.
Mendonça RC., Felfili JM., Walter BMT., Silva Junior MC., Filgueiras TS., Nogueira PE., Fagg CW. (2008). Flora vascular do bioma Cerrado: checklist com 12.356 espécies. pp. 423-1279. In: Sano S.M., Almeida SP., Ribeiro JF. (eds.). Cerrado: ecologia e flora. v. 2. Brasília, Embrapa Informação e Tecnologia.
Mendonça-Galvão et al. (2011). Água do cerrado do Distrito Federal: biodiversidade, integridade e conservação. In: Fagg, C., Munhoz, C., Sousa Silva, J. Conservação de áreas de preservação permanente do cerrado: caracterização, educação ambiental e manejo. Brasília: CRAD, p.21-46.
Morandi D.T., Franca L.C.J., Menezes E.S., Machado E.L.M., Silva, M.D., Mucida D.P. (2020). Delimitation of ecological corridors between conservation units in the brazilian Cerrado using a GIS and AHP approach. Ecological Indicators, 115, p. 106440. https://doi.org/10.1016/j.ecolind.2020.106440
Moura C.C., Costa T.R., Oliveira P.A., Fonseca D.C., Machado E.L.M. (2021). Como é a estrutura e a diversidade alpha e beta de matas de galeria inundáveis? Diversitas Journal, 6(2), p.1920-1945. https://doi.org/10.17648/ diversitas-journal-v6i2-1496
Oliveira M.C., Felfili J.M., Silva Júnior M.C. (2015). Comparação florístico-estrutural dos estratos adulto e de regeneração em Mata de Galeria perturbada no Distrito Federal, Brasil. R. bras. Bioci., Porto Alegre, 13(3), p. 142-154.
Queiroz, S. N.P., Pacheco, M. A. C. M., Santana, L. P., Cruz, C. C., Oliveira, C. N. S., Sincura, Y. R., Baracho, A. O., Souza, J. P., Rech, A. R. (2018). Polinizadores e visitantes florais da Cadeia do Espinhaço: o estado da arte. Revista Espinhaço, 7, p. 12-26. https://doi.org/10.5281/zenodo.3952802.
Rabinowitz D. (1981). Seven forms of rarity. In: Synge, H. (Ed.). e biological aspects of rare plant conservation, p205-217. New York: Wiley.
Rezende R.S., Sales M.A., Hurbath F. et al. (2017). Effect of plant richness on the dynamics of coarse particulate organic matter in a brazilian Savannah stream. Limnologica, 63, p.57-64. https://doi.org/10.1016/j.limno.2017.02.002
Ribeiro J.F., Walter B.M.T. (2008). As principais fitofisionomias do bioma Cerrado. In: Sano S.M., Almeida S.P., Ribeiro J.F. (Ed.). Cerrado: ecologia e flora. Brasília/DF: Embrapa Cerrados/Embrapa Informação Tecnológica, v.1, p.151-212.
Sá Júnior A., Carvalho L.G., Silva F.F., Alves M.C. (2012). Application of the Köppen classification for climatic zoning in the state of Minas Gerais, Brazil. eoretical and Applied Climatology, 108(1), p. 1-7. https://doi.org/10.1007/ s00704-011-0507-8
Sano PT., Giulietti AM. (2012). Eriocaulaceae. In: Wanderley M.G.L., Shepherd G.J., Melhem T.S., Guilietti A.M., Martins S.E. Flora fanerogâmica do estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo. vol. 7, pp. 173-200.
Silva T.M.C., Carvalho W.A.C., Terra M.C.N.S. et al. (2016). Anthropic disturbances as the main driver of a semideciduous seasonal forest fragment in Minas Gerais. Rodriguésia, 70. https://doi.org/10.1590/2175-7860201970065
Silva W.M. (2012). Levantamento das espécies de dois trechos de mata de galeria na sub-bacia do Taquaruçu Grande, município de Palmas- TO: Composição, estrutura e relação planta-solo. 44p. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-graduação em Ecologia de Ecótonos da Fundação Universidade Federal de Tocantins.
Silva W.M., Lolis S.F., Viana R.H.O. (2016). Composition and structure of the gallery forest in the Taquaruçu Grande Sub-basin, Municipality of Palmas, Tocantins State. Acta Scientiarum. Biological Sciences, 38, n.1, p.17-24.
Silveira F.A.O., Negreiros N.P.U., Barbosa E. et al. (2016). Ecology and evolution of plant diversity in the endangered campo rupestre: a neglected conservation priority. Plant Soil, 403, p.129–152. https://doi.org/10.1007/ s11104-015-2637-8
Silveira I.M. (2020). Padrões de ocorrência de espécies lenhosas em vertentes de Matas de galeria no Distrito Federal. 94p. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal, Universidade de Brasília, DF.
Soares T.B.O. (2016). Avaliação de áreas queimadas no Parque Nacional das Sempre-Vivas – MG: Contribuições para a implantação do Manejo Integrado do Fogo. Dissertação (Mestrado) - Pós-Graduação em Geografia, UFMG, Belo Horizonte-MG. 124p.
Souza C.R.P., Paula G.G., Mendes C.N., Maia V.A., Aguiar-Campos N.C., Araújo F., Santos R.M. (2020). Local-scale tree community ecotones are distinct vegetation types instead of mixed ones: a case study from the Cerrado– Atlantic forest ecotonal region in Brazil. Australian Journal of Botany. pp 1-12 https:// doi:10.1071/bt19108
Varajão, C. A. C., Varajão, A. F. D. C., Oliveira, F. S.; Barreto, H. N.; Salgado, A. A. R. (2020) Solos e superfícies de erosão: uma contextualização da evolução da paisagem na Serra do Espinhaço Meridional (SdEM), Minas Gerais. Revista Espinhaço, 9, p. 17-42. https://doi.org/10.5281/zenodo.3937475
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Revista Espinhaço
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.