Avaliação ecológica rápida de qualidade de água do Rio Caraça como um ecossistema em condições de referência

Autores

  • Arthur Fernandes
  • Bárbara Dolabela
  • Norma Senna
  • Rafael Marques
  • Pedro Henrique Monteiro do Amaral
  • Marcos Callisto

DOI:

https://doi.org/10.5281/zenodo.6564171

Palavras-chave:

bioindicadores, macroinvertebrados bentônicos, serviços ecossistêmicos, protocolo de avaliação rápida

Resumo

Alterações ambientais causadas por ações antrópicas são as principais responsáveis pela perda de biodiversidade. A conservação e monitoramento de áreas naturais são importantes para garantir recursos e serviços ecossistêmicos à humanidade. Este estudo buscou responder a seguinte pergunta de pesquisa: cercado por áreas de mineração na bacia do Rio Doce, o rio Caraça conserva características ecológicas de um ecossistema em condições de referência? Coletamos cinco pontos no Rio Caraça, localizado na Reserva Particular do Patrimônio Natural Santuário do Caraça, Catas Altas (MG). Aplicamos três abordagens ecológicas: protocolo de avaliação rápida de diversidade de habitat e integridade de zonas ripárias; mensuração de parâmetros físicos e químicos; coleta de macroinvertebrados bentônicos. Os resultados comprovaram que o Rio Caraça possui condições ecológicas bem preservadas, boa qualidade de água e abriga alta diversidade de macroinvertebrados. Na bacia do Rio Doce (com mineração, agricultura e rejeitos urbanos) o Rio Caraça preserva características de um ecossistema em condições de referência para estudos de qualidade ecológica, integridade e monitoramento ambiental. O rio Caraça oferece condições apropriadas para a conservação de biodiversidade, além de importantes atrativos para lazer e bem-estar humano, incluindo turismo ecológico e religioso.

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em: 2 mar. 2022.

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Publicado

07/19/2022

Como Citar

Fernandes, A., Dolabela, B., Senna, N., Marques, R., Amaral, P. H. M. do, & Callisto, M. (2022). Avaliação ecológica rápida de qualidade de água do Rio Caraça como um ecossistema em condições de referência. evista Espinhaço, 11(1). https://doi.org/10.5281/zenodo.6564171

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