Análise Espacial em População e Ambiente: aplicação para o estudo da dengue em Caraguatatuba, São Paulo, em 2013

Autores

  • Igor Cavallini Johansen
  • Roberto Luiz do Carmo
  • Maria do Carmo Dias Bueno

DOI:

https://doi.org/10.5281/zenodo.3966241

Palavras-chave:

análise espacial, análise de cluster, índice local de moran, dengue, caraguatatuba

Resumo

O objetivo deste artigo foi evidenciar as potencialidades do uso das ferramentas do geoprocessamento e da análise espacial no campo das discussões acerca das inter-relações entre as dinâmicas da população e do ambiente. Para tanto, observou- se o caso da influência da distribuição dos serviços de saneamento ambiental na dispersão dos casos de dengue no município de Caraguatatuba, no estado de São Paulo, no ano de 2013. A metodologia compreendeu a distribuição das informações do Censo Demográfico de 2010 em grades regulares, realizando em seguida a aplicação de uma análise de cluster e do Índice Local de Moran. Os resultados indicam que, pelo fato de a dengue ser uma doença multicausal, as ferramentas de geoprocessamento e análise espacial podem potencializar imensamente a compreensão do papel desempenhado por alguns desses fatores causais através do seu isolamento em relação aos demais.

Referências

ABRAHÃO, C. E. C. Dengue, abordagem ecossistêmica. In: AUGUSTO, L. G. S., CARNEIRO, R. M., MARTINS, P. H. (Orgs.). Abordagem ecossistêmica em saúde – ensaios para o controle do dengue. Recife: Ed. Universitária da UFPE. p.137-145, 2005.

ANDRADE, V. R. Distribuição espacial do risco de dengue em região do Município de Campinas. Tese (Doutorado) Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Ciências Médicas. Campinas/SP, 2009.

BARBOSA, R. V. A questão dos resíduos sólidos urbanos em Caraguatatuba, Litoral Norte Paulista: uma abordagem energética e ambiental. Dissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Engenharia Mecânica, Campinas (SP), 2011.

BARRERA, R. Estudios geo-espaciales de la ecología y control de los mosquitos vectores y de la transmisión del dengue. In. ARRIVILLAGA, J. C.; SOUKI, M. El.; HERRERA, B. (Eds.). Enfoques y temáticas en entomología. Primeira edição. Maracaibo, Venezuela, 2009.

BRASIL. Ministério da Saúde. Cartilha dengue. 2011. Disponível em:

<http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/flash/cartilh a_dengue.html>. Acesso em junho de 2013.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. SINAN - Sistema Nacional de Agravos de Notificação. Dengue 2001-2012 (Tabulação de dados). 2013. Disponível em: <http://dtr2004.saude.gov.br/sinanweb/>. Acesso em junho de 2013.

BUENO, M. C. D.; D’ANTONA, A. O. Utilização de grades regulares para análises espaciais intramunicipais de variáveis demográficas – testes para Limeira – SP, 2010. Anais do XVIII Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP. Águas de Lindóia/SP, 2012.

BUENO, M. C. D.; DAGNINO, R. S. População em Unidades de Conservação da Amazônia Legal: estimativas a partir da Contagem Populacional 2007. In: D'ANTONA, A. O.; CARMO, R. L. (Org.). Dinâmicas demográficas e ambiente. 1ed. Campinas: NEPO/Unicamp, v.1 , n.1 p. 85-103, 2011.

CANAVESE, D.; POLIDORO, M. Uma Análise Integrada de Saúde e Ambiente e o Desenvolvimento do Litoral do Paraná. Hygeia, v. 9, n. 17, 2013.

CARMO, R. L. Urbanization, water and health in Brazil: Aspects of dengue fever epidemics. XXVI International Population Conference. IUSSP. Marrakech, 2009.

CARMO, R. L.; MARQUES, C.; MIRANDA, Z. A. I. Dinâmica Demográfica, Economia e Ambiente na zona costeira de São Paulo. Textos NEPO 63. Campinas, NEPO/UNICAMP, 2012. 111 p.

CASTRO, M. C. Spatial Demography: An Opportunity to Improve Policy Making at Diverse Decision Levels. Population Research and Policy Review, v. 26, n. 5- 6, p. 477–509, 2007.

COELHO, G. E. Challenges in the control of Aedes aegypti. Revista do Instituto de Medicina Tropical. S. Paulo [online]. 2012, v.54, suppl.18, p. 13-14.

COELHO, G. E. Dengue: desafios atuais. Epidemiol. Serv. Saúde, v.17, no.3, p. 231-233. set. 2008,

D´ANTONA, A. O.; DAGNINO, R. S.; BUENO, M. C. D. Geotecnologias e Gestão de Políticas Públicas: uso de dados demográficos. In: Rosana Baeninger. (Org.). População e Cidades: Subsídios para o Planejamento e Políticas Sociais. 01ed. Brasília: UNFPA, v. 1,n.1 p. 99-115, 2010.

DONALISIO, M. R. O dengue no espaço habitado. São Paulo: Hucitec: Funcraft, 1999.

DONALISIO, M. R.; GLASSER, C. M. Vigilância entomológica e controle de vetores do dengue. Rev. bras. epidemiol. [online]. v.5, n.3, p. 259-279, 2002.

FERREIRA, A. C.; CHIARAVALLOTI NETO, F. Infestação de área urbana por Aedes aegypti e relação com níveis socioeconômicos. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 41, n. 6, dez. 2007.

FIGUEIREDO, M. A. et al. Allergies and diabetes as risk factors for dengue hemorrhagic fever: results of a case control study. PLoS Negl Trop Dis. 2010.

FREITAS, R. M. Avaliação de aspectos da capacidade vetorial de fêmeas de Aedes aegypti (Diptera: Culicidae) no Rio de Janeiro. Tese (doutorado). Fundação Oswaldo Cruz. Pós-Graduação em Biologia Parasitária. Rio de Janeiro/RJ, março de 2010.

GOODCHILD, M. F.; JANELLE, D. G. Spatially integrated social science. Oxford, England: Oxford University Press, 2004.

GUBLER, D.J. Dengue and Dengue Hemorrhagic Fever. Public Health, v. 11, n. 3, p. 480-496, 1998.

HAYES, J. M. et al. Risk factors for infection during a severe dengue outbreak in El Salvador in 2000. The American journal of tropical medicine and hygiene, v. 69, n. 6, p. 629-33. 2003.

IBM - International Business Machines Corporation. Help - TwoStep Cluster Analysis. 2013. Disponível em:

<http://publib.boulder.ibm.com/infocenter/spssstat/v20 r0m0/index.jsp?topic=%2Fcom.ibm.spss.statistics.help

%2Fidh_twostep_main.htm>. Acesso em junho de 2013.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Censo Demográfico 1950, 1970-2010. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br>. Acesso em junho de 2013.

INSTITUTO POLIS. Diagnóstico urbano socioambiental e Programa de Desenvolvimento Sustentável em municípios da Baixada Santista e Litoral Norte do estado de São Paulo. Boletim nº 1 Caraguatatuba. Julho/Agosto, 2012.

LAWSON, A. Spatial and spatio-temporal disease analysis. In A. Lawson, & K. Kleinman (Eds.), Spatial and syndromic surveillance for public health (p. 55– 76). Hoboken NJ: Wiley, 2005.

LENZI, M. de F.; COURA, L. C. Prevenção da dengue: a informação em foco. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 37, n. 4, p. 343- 350, 2004.

LINHARES, E. K.; CELESTINO, A. A. Considerações sobre os casos registrados de dengue entre 2000 e 2005 e alguns fatores socioambientais na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Anais do XV Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP. Caxambu-MG, 18 a 22 de setembro de 2006.

MARZOCHI, K. B. F. Dengue endêmico: o desafio das estratégias de vigilância. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 37, n. 5, p. 413- 415, 2004.

NEVES, I. M. Z. de C.; CUNHA, J. M. P. da. Urbanismo, demografia e as formas de morar na metrópole: um estudo de caso da Região Metropolitana de Campinas. Cadernos Metrópole. v. 12, n. 23, 2010.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Sustaining the drive to overcome the global impact of neglected tropical diseases: second WHO report on neglected tropical diseases. France: WHO/HTM/NTD, 2013.

PENNA, M. L. F. Um desafio para a saúde pública brasileira: o controle do dengue. Caderno de Saúde Pública[online]. v.19, n.1, 2003, p. 305-309.

PIGNATTI, M. G. Saúde e ambiente: as doenças emergentes no Brasil. Ambient. soc. [online]. 2004, v.7, n.1, p. 133-147.

PREFEITURA MUNICIPAL DE CARAGUATATUBA. Planos Integrados Regionais de Saneamento Básico para as Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos da Serra da Mantiqueira, Paraíba do Sul e Litoral Norte – UGRHI’s 1, 2 E 3. Relatório R4 – Proposta de Plano Integrado de Saneamento Básico do Município de Caraguatatuba. Consórcio PLANSAN 123. São Paulo – SP, dez. 2011.

REGIS, L. N. et al. Sustained Reduction of the Dengue Vector Population Resulting from an Integrated Control Strategy Applied in Two Brazilian Cities. PLoS ONE v.8, n.7,. 2013.

RIPSA - Rede Interagencial de Informações para a Saúde. Taxa de incidência de dengue – ficha de qualificação. Indicadores de morbidade e fatores de risco. 2011.

SANTOS, S. L.; AUGUSTO, L. G. Modelos de controle de dengue, pontos e contrapontos. In: AUGUSTO, L. G. S., CARNEIRO, R. M., MARTINS,P. H. (Orgs.). Abordagem ecossistêmica em saúde – ensaios para o controle do dengue. p. 115-136. Recife: Ed. Universitária da UFPE, 2005.

SATTERTHWAITE, D. The impact on health of urban environments. Environment and Urbanization, v. 5, n. 2, p. 87–111.

SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DE SÃO PAULO. Boletim Epidemiológico. Vol. 02, n. 05, 9 de março, 2012. Disponível em:

<http://www.cve.saude.sp.gov.br/boletim/pdf/bol0512. pdf>. Acesso em maio de 2013.

SEIXAS, S. R. C.; BARBOSA, R. V.; RENK, M.; ASMUS, G. F.; MELLO, A. Y. I. Mudanças ambientais globais e saúde: uma abordagem preliminar sobre o município de Caraguatatuba, Litoral Norte Paulista. Teoria & Pesquisa, v. 19, 2010. p. 29-59.

SILVA, P. E. A. B. da; GARCIA, R. A. Integração entre dados sociodemográficos e ambientais: o Índice da Qualidade do Saneamento Ambiental obtido a partir de geotecnologias e análise multivariada. Anais do XVIII Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP. Águas de Lindóia/SP, 2012.

SNOW, J. On the mode of communication of cholera. London, England: John Churchill, 1855.

TAUIL, P. L. Aspectos críticos do controle do dengue no Brasil. Caderno de Saúde Pública, v. 18, n. 3, p. 867-871, 2002.

TAUIL, P. L. Epidemiologia do dengue em Salvador- Bahia,1995-1999. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Uberaba , v. 34, n. 3, Jun. 2001.

TAUIL, P. L. Perspectivas de controle de doenças transmitidas por vetores no Brasil. Rev Soc Bras Med Trop, v. 39, n. 3, p. 275-7, 2006.

TEIXEIRA, G. T.. Few characteristics of dengue's fever epidemiology in Brazil. Rev. Inst. Med. trop. S. Paulo [online]. v.54, suppl.18, p. 1-4. 2012.

TREWARTHA, G. T. A case for population geography. Annals of the Association of American Geographers, v.43,n.2, p. 71–97, 1953.

VOSS, P. R. Demography as a spatial social science. Population Research and Policy Review, v.26, n.5–6, 2007.

WEEKS, J. R. The role of spatial analysis in demographic research. In M. F. Goodchild, & D. G. Janelle (Eds.), Spatially integrated social science (pp. 381–399). New York: Oxford University Press, 2004.

WOODS, R. Spatial demography. In J. I. Clarke (Ed.), Geography and population: Approaches and applications (p. 43–50). New York: Pergamon Press, 1984.

Downloads

Publicado

06/16/2014

Como Citar

Johansen, I. C., Carmo, R. L. do, & Bueno, M. do C. D. (2014). Análise Espacial em População e Ambiente: aplicação para o estudo da dengue em Caraguatatuba, São Paulo, em 2013. evista Espinhaço, 3(1). https://doi.org/10.5281/zenodo.3966241

Edição

Seção

Artigos