O Rio e as cidades: uma análise exploratória de dependências e alcances das comunidades do Arapiuns (Pará-Brasil) e da formação do urbano na Amazônia
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.3966397Palavras-chave:
Amazônia, comunidades ribeirinhas, urbanização, Arapiuns, regressão simples, análise de agrupamentoResumo
Considerando as comunidades ribeirinhas dos rios Arapiuns, Maró e Aruã, no Sudoeste Paraense como unidades socioespaciais que estruturam o fenômeno urbano na escala local, este artigo apresenta uma análise dos dados de campo que as descrevem. Questionários semiestruturados aplicados a 49 comunidades proveram 32 variáveis, usadas para compor cinco indicadores, que descrevem as condições de infraestrutura, saúde e educação, presença do estado, uso da terra e organização da comunidade. Com o objetivo de investigar a dependência a centros urbanos quanto às condições das comunidades, e a existência de situações similares para discriminar grupos de comunidades, técnicas estatísticas de análise de regressão simples e de agrupamento foram utilizadas. A distância fluvial até Santarém não explicou a variabilidade nos indicadores, apesar de influenciar o uso da terra e a presença do Estado. A organização das comunidades, explicou em parte os indicadores de Saúde e educação e de Infraestrutura. Da análise de agrupamento obtiveram-se três grupos de comunidades, evidenciando a variabilidade de suas condições, sendo os indicadores de Saúde e educação e de organização das comunidades os principais atributos para diferenciá- las. Esta caracterização inicial das comunidades do Arapiuns investiga a importância da distribuição espacial nas condições das comunidades e a possibilidade de agrupá-las, contribuindo para estudar a estrutura e organização do território amazônico; informações que podem ser úteis para o planejamento de políticas públicas nesta escala.
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